Os metalúrgicos de empresa Allocco, da província de Santa Fé, norte da Argentina, estão dando exemplo de luta. Eles estão acampados na fábrica desde agosto para garantir o pagamento dos salários e outros direitos, atrasados há oito meses.
A Allocco é a principal fabricante de máquinas processadoras de óleo de soja e biodiesel da América Latina, com grande potencial de exportação para outros países. Apesar disso, seus donos já admitiram claramente a intenção de deixar que a empresa vá à falência.
Por isso, os trabalhadores estão acampados na fábrica na tentativa de impedir que as máquinas sejam retiradas do local ou vendidas. Os equipamentos podem ser usados como garantia de pagamento dos salários e direitos atrasados.
Os metalúrgicos também cobram dos governos municipal, estadual e nacional uma solução para o problema. Durante o processo de mobilização, eles chegaram a ocupar o prédio do Ministério do Trabalho argentino.
Como fruto dessa pressão, eles estão recebendo 1.500 pesos por mês do governo, o equivalente a cerca de R$ 600.
Além disso, com organização, os trabalhadores também estão conseguindo manter um funcionamento mínimo da fábrica, e todo dinheiro que entra é descontado das dívidas trabalhistas.
Os trabalhadores de Allocco também chamam a unidade entre as centrais sindicais e os movimentos para a construção de um plano de lutas que unifique os trabalhadores de outros setores mobilizados.
A exploração capitalista não tem fronteiras, por isso o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região se solidariza com a luta dos companheiros de Allocco.
"Esses companheiros querem trabalhar, defender o sustento de suas famílias. São exemplos de luta e têm todo nosso apoio", disse o cipeiro da GM, Alex Gomes, o Cabelo, que visitou a fabrica de Allocco em setembro e pôde conversar com os trabalhadores.
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