segunda-feira, 26 de agosto de 2013

FIASCOS DO "COMUNISTA" BIGARDI: TRANSPORTE

por CSP-Conlutas, Jundiaí

Há momentos em que o cinismo de um político ou de um governo “de esquerda” chega a ser mais repugnante que a tradicional patifaria de direita, da parte do PSDB, ou do DEM, etc. Estamos exagerando? 

Tomemos por exemplo o caso do transporte em Jundiaí. Temos aqui um governo “comunista”, ou “democrático” e “popular” como gostam de dizer, conduzido pelo partido “comunista” e pelo partido “dos trabalhadores”. Comecemos do começo, da campanha eleitoral que levou Birgardi ao governo. A primeira coisa é que prometeram. E prometeram, e prometeram. E prometeram mais um pouquinho, e continuaram prometendo, até o dia da eleição.

Como estamos tratando da miséria política desse governo pela ótica do transporte “público”, não diremos nada dos mundos e fundos que prometeram para a educação e a saúde municipais: deixaremos isto para depois. Vamos nos ater muito simplesmente, e de um modo geral, à questão do transporte, mobilidade urbana.

Fizeram o povo acreditar que, sob o governo de Bigardi, a tarifa se reduziria para o uso durante a semana, e que seria implementada a tarifa dita “social”, como se a possibilidade de embarcar numa lata velha após esperar por até duas horas, a R$ 1,00 nos finais de semana, fosse alguma obra de caridade que se oferece aos necessitados.

Até que um dia, as jornadas de junho estouram, e chegam a Jundiaí. Um dos pontos fortes da mobilização em nível nacional foi precisamente a questão do transporte, da mobilidade urbana, e atingiu em cheio o atual governo. E Birgardi, anuncia o quê? Que a tarifa não será aumentada, mantidos os R$ 3,00, esquecendo solenemente o compromisso de campanha, isto é, a redução da tarifa. 

O que ele não anunciou foi que o subsídio dado aos empresários de ônibus da cidade seria aumentado, equivalendo aos R$ 0,20 a mais para o usuário, na catraca. Quer dizer, não apenas a tarifa foi SIM aumentada, como o custo desse aumento foi repassado ao contribuinte de um modo geral, incluindo os ciclistas e pedestres que não tomam ônibus, porque não querem, ou porque não têm dinheiro para pagar tarifa tão cara. De um modo muito simples, o trabalhador jundiaiense está sendo feito de otário.

Resposta: as ocupações do Terminal Central

A reboque das grandes mobilizações de junho, formou-se em Jundiaí um coletivo de luta, chamado Movimento Popular Unido, MPU. No dia 11 de julho, o MPU decidiu dar a sua contribuição ao dia nacional de lutas que os trabalhadores queriam encampar aqui na cidade, embora as direções sindicais de Jundiaí e região tivessem feito de tudo para desmobilizar os trabalhadores e desmoralizar e sua vontade de luta, impedindo os trabalhadores de pararem a produção ou fazendo com que voltassem ao trabalho duas horas depois de pararem. 
 
A postura de luta foi a de ocupar o Terminal Central, parando a bilheteria e abrindo os portões para o povo. No dia 9 de julho o MPU tornou a ocupar o Terminal, em horário de pico, abrindo os portões para centenas e centenas de trabalhadores.

E como o atual governo, como qualquer outro governo da burguesia, parece ter uma fixação em prometer e não cumprir, garantiram, durante uma reunião ocorrida no Paço Municipal no dia 3 de julho, que uma verdadeira audiência pública sobre transporte seria realizada apenas quinze dias após. É claro que mentiram quanto a este assunto, de maneira que a tal audiência só foi ocorrer no dia 21 de agosto, e por causa da pressão popular. Nessa audiência do dia 21, ocorrida na Câmara, provaram por a + b que a tarifa não pode ser reduzida por questões econômicas, ou técnicas, ou por qualquer outro motivo...

E agora?

Enquanto a tarifa não baixar, a luta dura e direta que temos feito, por exemplo por meio das ocupações de terminais rodoviários, não apenas não vai parar, como irá se fortalecer. Defendemos a redução imediata da tarifa, rumo à municipalização/estatização e à tarifa zero.

Esta é a posição da CSP-Conlutas: entendemos que a massa de milhões que ocupou as ruas durante as jornadas de junho deve voltar à mobilização, e que somente a luta popular pode modificar as reais condições da sociedade e da vida.

Defendemos a realização de assembleias populares DELIBERATIVAS, e não apenas consultivas como quer o governo, para que o população DECIDA como deve ser e quanto deve custar o transporte, que só será público quando for tomado das empresas privadas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário