Estamos
acostumados à desmobilização e desmoralização da vontade de luta
que os trabalhadores têm, por parte da imensa maioria das direções
sindicais atuais. O último dia 30 de agosto em Jundiaí, dia
nacional de lutas, foi bem nessa linha.
Pela
manhã, o Sindicato dos Metalúrgicos promoveu uma paralisação
reduzida, de uma ou duas horas, em quatro fábricas: Alfredo Teves, Takata, KSB e Sifco.
Foram cinco mil metalúrgicos parados. De uma base composta por pelo menos
quarenta e cinco mil, cinco mil pararam. O Sindicato não promoveu
nenhum ato político no dia 30, não chamou uma concentração dos
trabalhadores na cidade, e não preparou o movimento para lutas
maiores. Ainda que o Sindicato dos Metalúrgicos de Jundiaí e região
não seja filiado à CUT, cumpre o mesmo papel de correia de
transmissão do governo que a CUT vem cumprindo no país inteiro.
O
boicote da CUT em todo o Brasil e em nível local
Existem
setores combativos e honestos no interior da CUT, como o CUT Pode
Mais, na luta contra o modelo econômico vigente, e pela
reorganização dos trabalhadores. Mas a CUT majoritária, oficial,
fez um esforço para esvaziar o dia 30 em todo o Brasil, para evitar
um desgaste ainda maior do governo Dilma.
Na
região do ABC, a CUT não se mobilizou para parar os metalúrgicos.
Ainda em São Paulo, onde dirigem os bancários, nem uma assembleia
foi realizada para uma paralisação da categoria. No Rio de Janeiro,
boicotaram a manifestação unificada que reuniu 3 mil pessoas.
Em
Jundaí e região ocorreu o mesmo. Os sindicatos dirigidos pela CUT
não moveram uma palha para que o dia 30 se concretizasse, ao
contrário do que fizeram, ainda que timidamente e de um modo fraco,
no dia 11 de julho. Para não desgastar o governo federal e o governo
municipal, e para não se desgastarem a si mesmos.
A
CSP-Conlutas perante o 30 de agosto em Jundiaí
A
Central Sindical e Popular cumpriu o papel que lhe cabe como uma
alternativa de organização e de luta para os trabalhadores,
preparando o dia 30 com os trabalhadores, em porta de fábrica e por
outros meios, para exigir do sindicato operário a paralisação.
Estamos conscientes de que, neste momento de reorganização da
classe trabalhadora, apenas a renovação das direções sindicais, a
partir da base, pode garantir vitórias a curto, médio e longo
prazos para a classe.
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