O governo Dilma e os leilões das nossas reservas.
Uma
semana depois do dia nacional de paralisações convocado pelas
centrais sindicais, o país deve balançar com os protestos
programados para esse 7 de setembro, Dia da Independência.
Paralelamente aos desfiles oficiais, ocorre o já tradicional "Grito
dos Excluídos", espaço de unidade da esquerda e dos movimentos
sociais que expressam a data sob a perspectiva dos trabalhadores e
demais setores explorados.
Embalado
pela onda de protestos que tomou conta do Brasil em junho, este ano o
Grito, que já está em sua 19ª edição, promete ser ainda mais
importante, servindo para, além de aglutinar os setores da esquerda
e agitar as reivindicações dos trabalhadores, dar vazão à parte
da indignação da população que está indo às ruas.
Por
uma verdadeira soberania!
Neste ano, setores como a CSP-Conlutas prometem ir às ruas no 7 de setembro exigir uma verdadeira soberania e questionar a política econômica do governo Dilma, denunciando a entrega do petróleo brasileiro e a privatização da Petrobrás.
Apesar
do discurso do governo, a economia do país está cada vez mais
desnacionalizada, nas mãos das grandes empresas e banqueiros
internacionais. Multinacionais dominam os setores mais importantes,
como a indústria, enquanto quase metade do Orçamento vai todos os
anos para os bolsos dosinvestidores da dívida pública.
A
presidente Dilma, ao contrário do discurso da campanha eleitoral,
acelerou o processo de privatização, entregando setores
estratégicos como as rodovias, portos e aeroportos ao capital
privado.
Não
ao leilão do petróleo
O caso do setor petrolífero é um dos mais escandalosos. O governo Dilma vem avançando em sua privatização, seguindo a política neoliberal de FHC. Se o governo tucano foi responsável por quebrar o monopólio estatal da exploração do petróleo, o PT cumpre o papel de entregar o setor às multinacionais, através dos leilões da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Para
se ter um ideia, o governo Lula e Dilma juntos já superaram o número
de leilões de petróleo realizados pelo PSDB. Enquanto o tucano
promoveu cinco leilões, o governo Dilma já realizou seis.A última,
a 11ª Rodada de licitações realizada em maio, foi o maior leilão
já feito na história do país, arrematando 142 blocos para
multinacionais como a Shell, Chevron e Repsol, além da OGX do
ex-bilionário Eike Batista.
Agora,
está marcado o primeiro leilão do pré-sal. Inicialmente previsto
para novembro, o governo antecipou sua realização para o final de
outubro. O leilão deve incluir o campo de Libra, na Bacia de Santos,
um dos maiores campos de exploração de petróleo do mundo e o maior
da história do país. Segundo estimativas da ANP, a área tem
potencial para a produção de 14 bilhões de barris, cujo valor pode
chegar à surpreendente cifra de 1 trilhão e 400 bilhões de
dólares.
São
recursos que poderiam servir para resolver problemas estruturais do
país, como saúde e educação, mas que irão, fundamentalmente,
remunerar as grandes multinacionais do petróleo e fazer ‘superávit
primário’, ou seja, retornar ao exterior na forma de pagamento da
dívida pública. Enquanto isso, a Petrobrás é cada vez mais
desnacionalizada e sucateada.
A
luta por uma verdadeira soberania do Brasil passa hoje pela luta
contra o pagamento da dívida pública, o domínio das multinacionais
e as privatizações e, hoje mais do que nunca, contra o leilão do
petróleo do governo Dilma. Informe-se onde ocorrerá o ato do Grito
dos Excluídos na sua cidade e entre nessa luta!
Publicado
no jornal Opinião Socialista, n. 467.
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