sexta-feira, 8 de novembro de 2013

METALÚRGICOS DE JUNDIAÍ: VERGONHA!

por CSP-Conlutas, Jundiaí

Nossa categoria acaba de sair de uma campanha salarial que foi fraca, porque a direção do Sindicato se encarregou de enfraquecê-la. Eles sabem que somente o trabalhador UNIDO NA LUTA é que pode alcançar todos as conquistas de que precisamos. E que o trabalhador continua sendo roubado pelo patrão, pelos bancos e por todo o sistema capitalista. Como sempre, nós, trabalhadores, temos todos os motivos para ir à luta de verdade, por aumento real, estabilidade, liberdade de organização, e contra as terceirizações.

Pois a luta verdadeira foi sabotada nesta última campanha. A direção do Sindicato, sem dar a menor importância ao fato de que o Brasil mudou na luta, ignorando que o trabalhador está cansado de ser feito de idiota, fez a sua campanha salarial escondendo o jogo, fazendo o jogo dos patrões, sem mobilizar a categoria. Não fizeram assembleias durante a campanha, não cumpriram com o papel que deveriam cumprir na porta de cada metalúrgica de Jundiaí e região, e nem mesmo disseram à categoria quantos por cento de reajuste defendiam. 

Nós, metalúrgicos de Jundiaí e região, organizados na CSP-Conlutas, só podemos nos envergonhar. Nossa história, dos anos 70 e 80 em diante, é de luta e coragem, e não será apagada pelos vícios daqueles que não cumprem com o dever. Somos de luta! E afirmamos que é preciso reorganizar a categoria pela base, em cada local de trabalho, contra os patrões, pela liberdade dentro da fábrica e contra o atual sistema econômico. Sem patifaria, sem presepada, sem pelegagem, sem jogo escondido.

A vida é feita de verdades e mentiras

PINÓQUIO 1. Andam dizendo que o Sindicato dos Metalúrgicos de São José, dirigido pela CSP-Conlutas, toma dinheiro do trabalhador, embolsando o dinheiro do imposto sindical. É mentira! O que aconteceu lá foi que os trabalhadores decidiram em assembleia pagar ao Sindicato 5% de taxa assistencial (não sócios) e 1% (sócios). Defendemos isto: a democracia operária, em que todas as decisões são tomadas pelos trabalhadores em assembleia. Diferentemente das direções sindicais pelegas, a CSP-Conlutas sempre devolve aos trabalhadores o dinheiro do imposto sindical.

PINÓQUIO 2. Um dia desses, disseram que na Itautec houve uma “grande vitória”. Mas não sabemos que vitória seria essa: mesmo com as duras lutas dos trabalhadores na Itautec, a direção do Sindicato não deixou de identificar ali uma tal “baixa produtividade”, compactuando com a demissão anunciada de 300. Pois então, é possível mentir sobre tudo. Até mesmo sobre “vitórias”.

PINÓQUIO 3. Dizem que esse último “aumento real” é pra valer, mas não é bem assim. Um reajuste de verdade, é claro, teria de ser dado já na data-base, isto é, já em novembro, com as férias e o 13º corrigidos. E não em janeiro! Em lugar disso, os patrões nos dão um “abono”. “Abono” não é “aumento real”, nem aqui, nem na China!


O Brasil não é mais o mesmo

O Brasil mudou desde junho. Deixamos de parecer o povo manso e acomodado que na verdade nunca fomos, para revelar tudo aquilo que o Brasil tem de podre, e para que a revolta popular seja a nossa marca para o mundo, e também para nós mesmos. Foram e ainda são legiões de brasileiros e brasileiras em luta, no país inteiro. 

A juventude em peso, os trabalhadores de todas as idades, os professores, as donas de casa, contra a corrupção, contra os péssimos serviços públicos, contra abusos inaceitáveis como a construção daqueles estádios para a Copa, e contra a impunidade daqueles que abocanham e matam toda uma geração e todo um país.

Para 2014, entendemos que o grande povo trabalhador brasileiro dará o seu recado em voz ainda mais alta, com mais revolta, e com mais organização. A luta para modificar o Brasil é dura e longa, e ocorre nas ruas, nas escolas, nas fábricas, em todo lugar. Ainda somos o país da roubalheira, da impunidade, da farra dos bancos, do descaso quanto a educação e saúde, do desastre da segurança pública, do analfabetismo, da escravidão e da miséria para muitos milhões. Já chega de tudo isso!
    

2014 será, entre outras coisas, o ano da Copa e das eleições, com muita mobilização.         
Com o trabalhador unido e na luta, começaremos a construir o Brasil que necessitamos e merecemos. Nosso suor é sagrado, e a dívida das classes dominantes é grande.

O petróleo precisa ser nosso!

Iniciamos este boletim tratando de patifaria. Pois muito bem, a atual direção do Sindicato tem a coragem de dizer que a privatização do pré-sal foi um bom negócio para o país. Bom negócio seria investir 10% do PIB em educação, confiscar os bens dos corruptos e metê-los todos na cadeia, e substituir o atual modelo econômico por outro, a serviço dos trabalhadores. Não entregar as nossas reservas naturais!

o que quer a CSP-Conlutas

A Central Sindical e Popular, CSP-Conlutas, pretende ser uma alternativa de organização para os trabalhadores nos sindicatos, em união com os nossos irmãos dos movimentos populares. Defendemos sempre a união e a liberdade dos trabalhadores diante dos patrões e do capital, e sabemos que o futuro pertence aos trabalhadores. 

A CUT e a Força Sindical, maioria no movimento até agora, não estão a favor e nem têm compromisso com os trabalhadores. A CUT abandonou a sua origem de luta para servir de capacho ao  atual governo, e a Força Sindical continua sendo a velha central a serviço do patrão. Felizmente, setores da CUT e da Força já começam a romper com essas centrais, buscando compromissos mais verdadeiros. 

A CSP-Conlutas defende outra coisa. União e organização dos trabalhadores em cada local de trabalho, contra a patronal sempre. Para isto defendemos o delegado sindical eleito pela base em cada fábrica, a mobilização feita sempre com assembleias, a abertura das contas do Sindicato com auditoria, o fim do imposto sindical e a entrada do Sindicato nas lutas populares e nacionais.

Pela luta coerente contra os patrões e seus governos, sempre!


Pela vitória permanente dos trabalhadores, no Brasil e em toda a América Latina!


Pelo socialismo, com muita democracia e muita mobilização para os trabalhadores!

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